ANO V – N° 261 – RIBEIRÃO PRETO/SP
Etanol: estimativa de produção menor que a demanda
O mercado de etanol brasileiro pode registrar o primeiro déficit em 14 anos, cenário que já começa a refletir nos preços, na demanda e até na importação. O último déficit ocorreu em 2011 quando houve uma grande quebra na produção de cana-de-açúcar.
Segundo estimativas da Veeries (agência de inteligência em agronegócio) ao final da safra 2025/26 (que termina em março/2026) haverá uma defasagem de 890 milhões de litros na produção em relação ao consumo (haverá demanda maior do que a produção).
Mas a Veeries avalia que os estoques, apesar de mais baixos, serão suficientes para suprir o mercado, aliados ao etanol de milho e à importação. Mas a oferta será apertada e deve manter os preços firmes até o início da próxima safra.
Neste ano, até o momento o preço do etanol hidratado subiu 4% no Brasil, enquanto a gasolina variou 0,6%.
Já a produção de etanol de milho cresceu acima do esperado, superando a safra passada em 1 bilhão de litros (nesta safra a estimativa é de 9,1 bilhões de litros). Mas esse crescimento não será suficiente para cobrir o buraco na oferta do etanol de cana.
Outro fator é a nova mistura de etanol anidro na gasolina que passou de 27% para 30% em agosto, aumentando a demanda pelo biocombustível.
A importação de etanol de abril a agosto deste ano somou 150 milhões de litros, volume acima da média dos últimos 5 anos.
Já para a nova safra 2026/27 se projeta uma recuperação dos volumes.
Fonte: https://www.theagribiz.com/empresas/bioenergia/mercado-de-etanol-pode-ter-o-primeiro-deficit-em-14-anos/ – 30/09/2025.
Metanol: a arma secreta dos falsificadores de combustíveis e bebidas
O metanol acabou se tornando uma sustância “coringa“ dos criminosos na adulteração de combustíveis e bebidas alcóolicas. É um produto mais barato do que o etanol e suas características são muito parecidas.
Metanol e etanol são da mesma categoria química: São álcoois.
O etanol é o álcool presente nas bebidas alcoólicas e também utilizado como combustível, cada um com seu processo de produção devido às finalidades distintas.
Mesmas propriedades: líquido incolor, volátil e solúvel em água. Se misturam completamente em todas as proporções, formando uma solução homogênea.
O metanol é um álcool mais simples, que se mistura facilmente à gasolina e ao etanol. Ele pode manter o funcionamento do motor, o que costuma disfarçar a adulteração a curto prazo. Já nas bebidas clandestinas, ele pode ser adicionado para aumentar o volume do produto falsificado, uma vez que não causa um estranhamento no gosto tão grande quanto se fosse adicionada mais água na mistura.
O grande perigo é que, embora parecidos, o organismo humano não metaboliza o metanol da mesma forma que o etanol. Quando ingerido, o metanol é convertido em formaldeído e ácido fórmico, compostos altamente tóxicos que atacam o sistema nervoso central e o nervo óptico, podendo causar cegueira e até a morte.
Mas o risco não se limita à ingestão: a inalação de vapores também pode causar sintomas como tontura, náusea, fraqueza e alterações no sistema nervoso central.
Nos combustíveis o metanol pode causar corrosão em motores e componentes do sistema de alimentação, diminuindo o desempenho e a durabilidade dos veículos a longo prazo,
Depoimentos da química Beatriz Freitas, do Projeto Lagoa Viva, uma parceria da Prefeitura de Maricá (RJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o professor Wagner Fellipe, do Departamento de Química Analítica da Universidade Federal Fluminenses (UFF).
Fonte: https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2025-09-30/metanol–o–coringa–dos-criminosos-que-fraudam-combustiveis-e-bebidas.html.amp – 30/09/2025.
Importação de diesel russo: queda acentuada
A Rússia vai limitar ou proibir a exportação de diesel para outros países se isto for afetar o mercado interno. Isso porque a Ucrânia tem bombardeado refinarias russas com drones.
Os preços da Rússia, que eram bem abaixo da média do mercado, vêm se aproximando dos preços de outras fontes de fornecimento ao Brasil.
Entre janeiro e julho deste ano 61% do diesel importado veio da Rússia (média mensal de 840,7 milhões de litros oriundos da Rússia). Em agosto o diesel russo caiu para 665,77 milhões de litros. Ainda não fechou setembro, mas os números apontam para 394,2 milhões de litros e para outubro a projeção é de 297,5 milhões de litros.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/oferta-de-diesel-russo-ao-brasil-recua-apos-ataques-da-ucrania/m – 03/10/2025.
O cenário aponta para escassez de diesel no mercado, pois o Brasil depende de importação para suprir a demanda. Ainda que o mercado seja suprido por diesel de outras localidades, os custos atualmente são outros, bem maiores.
Além disto, tem sido informado na mídia que vários navios foram apreendidos com suspeita de importação indevida. Os combustíveis estão parados sob fiscalização.
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